terça-feira, 1 de outubro de 2013

Era um miúdo com uma fé incrível

(Nestas alturas questionamos tudo, a vida, a educação, a política, os médicos, a religião…)


A religião sim! Eu toda a vida fui um homem de fé, não praticante beato, mas de muita fé. A minha educação foi sempre encaminhada para a religião católica. Enfim, Deus, Jesus, apóstolos, a virgem, santos e tudo o que envolve essa tal orientação. Íamos á missa quando nos apetecia ou sentíamos necessidade, e, em ocasiões importantes, como casamentos, onde se jura tudo numa enorme alegria, com vontade que o padre despache aquilo pois o pessoal quer mesmo é festa, e nada do que se jura, passando para a vida real, raramente é cumprido. Baptizados, onde depois poucos são os ensinamentos que se dão ás crianças.
Como assim?
Basta irmos a uma qualquer missa e ver quantas são as pessoas que conseguem acompanhar aquela ladainha, dita de tal modo, que chegamos a sair em dias maus, mais deprimidos e tristes do que entrámos. Grande parte só mexe os lábios para fingir que sabem toda aquela retórica, quase me atrevia a dizer que algumas nem o Pai Nosso completo sabem.
Isso também não é de estranhar pois vivemos num País onde 70% da população não sabe o Hino Nacional!
Voltando á religião… Por onde andaram esses Deuses que nem por um momento se esforçaram para salvar ou dar uma segunda oportunidade ao meu filho…
O Tiago só foi baptizado aos onze anos. Sempre achámos que deveria ser ele a seguir a religião que entendesse, muito embora a linha que traçámos para o orientar fosse a católica.
Era um miúdo com uma fé incrível. Quando foi operado pela primeira vez nos HUC, onde foi mandado internar pelo Prof. de gastrologia após um mês de exames, os últimos, endoscopia e colonoscopia, seriam nos HUC, que correram muito mal. Durante a colonoscopia a médica pensou ter perfurado os intestinos ao Tiago, tal foram os gritos com dores apesar da anestesia.
Tendo sobretudo a mãe insistido para que o Tiago parasse de treinar para fazer exames e saber-se de onde vinham aquelas dores e mau estar, foi só em Maio que pediu e se dispôs a ir a uma consulta a um especialista.
 Assim foi, a mãe com a máxima das urgências tratou de encontrar o melhor médico para seguir o nosso filho. Foi á consulta onde lhe foi pedido uma bateria sem fim de análises, exames, tudo.
Passados poucos dias fomos buscar o resultado de parte das análises que o Professor mandou fazer, com a nossa aflição dirigimo-nos ao consultório, na expectativa de que os resultados fossem vistos.
-O Professor não tem como vos receber, está com a agenda super cheia, hoje só irá sair daqui por volta da meia-noite. – Informou a recepcionista do consultório do médico.

Então, deixámos os exames para que o médico os pudesse analisar afim de sabermos mais alguma coisa, ou se eventualmente se poderia adiantar com algum tratamento.