Chamo-me Tiago Alves, tenho 18 anos de idade e sou de Coimbra, Portugal.
Sou judoca de alta competição. Pratico judo desde os 4 anos de idade e desde então que nunca mais parei. E só vou parar quando não me mexer.
Tive a oportunidade de receber o teu livro, no dia em que completei os meus 18 anos, e fiquei impressionado com tua história. Mudei muito a minha maneira de ser e de ver as coisas. Posso dizer que agora pratico desporto não pela obrigação de treinar e obter bons resultados, mas sim por prazer, diversão e gosto de ganhar. Confesso que já estou a ler o livro pela 2ª vez =D
Vi-me de certa forma necessitado de te escrever. Sei que recebes inúmeras cartas de fans fanáticos por ti. Bem, eu não sou bem um fã fanático, mas ao ler a tua história percebi que de facto existe algo de especial dentro de ti e isso inspirou-me bastante. Hoje preparo cada competição com dois objectivos: ganhar e divertir-me.
Gostava de te contar um pouco da minha história pessoal. Espero não ser maçudo.
Nasci no dia 14 de Janeiro de 1992, no Hospital Santa Maria em Lisboa. O meu pai chama-se Horácio Alves e a minha mãe Margarida Silva Alves, eles tiveram-me com 30 anos de idade, cada um. Tenho um irmão dez anos mais velho, filho do primeiro casamento do meu pai, chama-se Rui Alves. Damo-nos todos super bem, eu amo-os a todos e sou bastante amado por eles, não me quero gabar, mas sei que sou o orgulho deles. O meu pai é o meu ídolo, está sempre presente nas minhas competições e apoia-me nos bons e maus momentos. É o meu melhor amigo.
A minha mãe é aquela senhora que me protege, que me defende, mesmo quando não tenho razão, é ela que se preocupa sempre com o meu bem estar e faz de tudo para me agradar. Sou, é certo, um rapaz mimado.
Nasci com uma deficiência na boca. Tive uma fenda no lábio e no palato, e à medida que fui crescendo, o meu maxilar inferior estava a ir para a frente e tinha o nariz ligeiramente torto. Fiz ao longo da minha vida 6 operações plásticas e estive cerca de 9 anos com aparelho nos dentes. Terminei em Dezembro de 2009 com o meu processo. Graças a este pequeno problema, eu fui (e ainda sou um pouco) durante a minha infância e adolescência um rapaz muito tímido e fechado em relação aos outros. Nunca fui de fazer grandes amigos e sempre fui muito selectivo nas pessoas que escolhia para fazer amizades. Normalmente tinha sempre dois ou três amigos com que eu me desse mais. Claro que raparigas comigo era um pesadelo, eu ficava sempre com a ideia de que elas me achavam feio e por isso nunca me chegava à frente e nunca sabia o que dizer. Era um mariquinhas nesse aspecto. Mas neste momento, penso que estou a melhor em relação a isso. Já arranjei namorada e gosto muito dela, chama-se Andreia, tem a minha idade e também faz judo.
Andei num colégio privado em Lisboa e desde muito cedo que os meus pais queriam que eu praticasse um desporto, para conviver com mais pessoas e para ter uma vida mais saudável. No Colégio havia natação, basquete ball , volleiball, judo, ginástica e ballet. Natação não podia devido à minha pequena deficiência, que ao inalar a água com cloro, ficava com alergias e porque tambem me constipava com muita facilidade. Basquete Basquete e Vollei era para alunos mais velhos. Ginástica e Ballet só tinha raparigas. Só sobrava o Judo e foi aí que comecei.
O meu primeiro treinador chamava-se António Matias, era o seleccionador nacional feminino, criou super atletas como Telma Monteiro, tricampeã da Europa e duas vezes 2º lugar nos Mundiais e duas vezes atleta olímpica.
Ele sempre disse aos meus pais que eu tinha jeito para o judo, mas eu queria competir e então, com 8 anos de idade, participei na minha primeira competição e ganhei. Fiquei contente porque iria receber uma medalha, mas para meu espanto, as medalhas da competição já tinham acabado. Fiquei tão triste e cheguei a chorar, tudo o que eu mais queria era a minha primeira medalha. Foi então que o meu treinador, que era organizador da competição, foi buscar à arrecadação uma caixa com restos de medalhas de outras provas e deu-me uma. Fiquei feliz e encantado. Lembro-me de ter dormido com a medalha.
Ao vencer quatro competições consecutivas em criança, fui-me imaginando nos Jogos Olímpicos e desde então, que esse sempre foi o meu sonho…
Sonho com os Jogos todos os dias, gostava de ter a sensação de desfilar na Cerimonia de Abertura, competir num palco cheio de adeptos, não só do judo mas do desporto e do espírito olímpico. Gostava de ter essas e muitas outras sensações. Mas claro que o grande sonho, o meu maior sonho, era ter uma medalha olímpica, de preferência a de ouro. Desde então que trabalho e compito com os Olímpicos em mente.
Mudei-me para Coimbra com 11 anos e continuei a praticar judo num clube chamado Associação Académica de Coimbra (AAC-JUDO). Foi ai que melhorei as minhas qualidades técnicas e tácticas. Era sempre exigente comigo mesmo. Quando acabavam os treinos da classe de iniciados (sub12 e sub15), ia logo a seguir fazer o treino de competição com os seniores, mas contra a vontade do meu treinador de iniciados. Os meus treinadores ficavam espantados ao ver-me treinar, com 14 anos treinava mais que qualquer senior. medalhava sempre em qualquer prova que entrasse. Fui duas vezes campeão nacional (sub15 e sub17) e este ano alcancei a medalha de bronze nos juniores. Sinceramente não estou muito satisfeito com este resultado, mas eu já te explico porquê.
Em 2008 estive na selecção nacional de sub17 e participei no circuito europeu, onde em quatro provas internacionais, alcancei duas medalhas de bronze. Mas infelizmente não consegui participar no Campeonato da Europa de sub17 pois o meu ex-rival da minha categoria conseguiu atingir os resultados mínimos e eram melhores que os meus. Em 2009 não consegui classificar-me no Campeonato Nacional de Juniores, por isso não fiz parte da selecção, que só escolhia os três primeiros classificados do pódio nacional. Mas continuei a trabalhar, participei em provas de seniores (mesmo sendo júnior de 1º ano) e medalhei sempre, estive em 3º no ranking nacional de Seniores, era o melhor júnior no ranking de seniores.
Fiz parte da equipa de seniores da AAC-JUDO, era o elemento mais novo da equipa e fiquei em 3º no Campeonato Nacional de Equipas, participei no Campeonato Europeu de Clubes onde só eu e um outro colega meu conseguimos vitória.
Não parei e desde 2009 que trabalho arduamente para que em 2010 tenha uma época com bons resultados e que consiga entrar na selecção de juniores e fazer o circuito europeu.(Continua...)
Vi-me de certa forma necessitado de te escrever. Sei que recebes inúmeras cartas de fans fanáticos por ti. Bem, eu não sou bem um fã fanático, mas ao ler a tua história percebi que de facto existe algo de especial dentro de ti e isso inspirou-me bastante. Hoje preparo cada competição com dois objectivos: ganhar e divertir-me.
Gostava de te contar um pouco da minha história pessoal. Espero não ser maçudo.
Nasci no dia 14 de Janeiro de 1992, no Hospital Santa Maria em Lisboa. O meu pai chama-se Horácio Alves e a minha mãe Margarida Silva Alves, eles tiveram-me com 30 anos de idade, cada um. Tenho um irmão dez anos mais velho, filho do primeiro casamento do meu pai, chama-se Rui Alves. Damo-nos todos super bem, eu amo-os a todos e sou bastante amado por eles, não me quero gabar, mas sei que sou o orgulho deles. O meu pai é o meu ídolo, está sempre presente nas minhas competições e apoia-me nos bons e maus momentos. É o meu melhor amigo.
A minha mãe é aquela senhora que me protege, que me defende, mesmo quando não tenho razão, é ela que se preocupa sempre com o meu bem estar e faz de tudo para me agradar. Sou, é certo, um rapaz mimado.
Andei num colégio privado em Lisboa e desde muito cedo que os meus pais queriam que eu praticasse um desporto, para conviver com mais pessoas e para ter uma vida mais saudável. No Colégio havia natação, basquete ball , volleiball, judo, ginástica e ballet. Natação não podia devido à minha pequena deficiência, que ao inalar a água com cloro, ficava com alergias e porque tambem me constipava com muita facilidade. Basquete Basquete e Vollei era para alunos mais velhos. Ginástica e Ballet só tinha raparigas. Só sobrava o Judo e foi aí que comecei.
O meu primeiro treinador chamava-se António Matias, era o seleccionador nacional feminino, criou super atletas como Telma Monteiro, tricampeã da Europa e duas vezes 2º lugar nos Mundiais e duas vezes atleta olímpica.
Ele sempre disse aos meus pais que eu tinha jeito para o judo, mas eu queria competir e então, com 8 anos de idade, participei na minha primeira competição e ganhei. Fiquei contente porque iria receber uma medalha, mas para meu espanto, as medalhas da competição já tinham acabado. Fiquei tão triste e cheguei a chorar, tudo o que eu mais queria era a minha primeira medalha. Foi então que o meu treinador, que era organizador da competição, foi buscar à arrecadação uma caixa com restos de medalhas de outras provas e deu-me uma. Fiquei feliz e encantado. Lembro-me de ter dormido com a medalha.
Ao vencer quatro competições consecutivas em criança, fui-me imaginando nos Jogos Olímpicos e desde então, que esse sempre foi o meu sonho…
Sonho com os Jogos todos os dias, gostava de ter a sensação de desfilar na Cerimonia de Abertura, competir num palco cheio de adeptos, não só do judo mas do desporto e do espírito olímpico. Gostava de ter essas e muitas outras sensações. Mas claro que o grande sonho, o meu maior sonho, era ter uma medalha olímpica, de preferência a de ouro. Desde então que trabalho e compito com os Olímpicos em mente.
Mudei-me para Coimbra com 11 anos e continuei a praticar judo num clube chamado Associação Académica de Coimbra (AAC-JUDO). Foi ai que melhorei as minhas qualidades técnicas e tácticas. Era sempre exigente comigo mesmo. Quando acabavam os treinos da classe de iniciados (sub12 e sub15), ia logo a seguir fazer o treino de competição com os seniores, mas contra a vontade do meu treinador de iniciados. Os meus treinadores ficavam espantados ao ver-me treinar, com 14 anos treinava mais que qualquer senior. medalhava sempre em qualquer prova que entrasse. Fui duas vezes campeão nacional (sub15 e sub17) e este ano alcancei a medalha de bronze nos juniores. Sinceramente não estou muito satisfeito com este resultado, mas eu já te explico porquê.
Em 2008 estive na selecção nacional de sub17 e participei no circuito europeu, onde em quatro provas internacionais, alcancei duas medalhas de bronze. Mas infelizmente não consegui participar no Campeonato da Europa de sub17 pois o meu ex-rival da minha categoria conseguiu atingir os resultados mínimos e eram melhores que os meus. Em 2009 não consegui classificar-me no Campeonato Nacional de Juniores, por isso não fiz parte da selecção, que só escolhia os três primeiros classificados do pódio nacional. Mas continuei a trabalhar, participei em provas de seniores (mesmo sendo júnior de 1º ano) e medalhei sempre, estive em 3º no ranking nacional de Seniores, era o melhor júnior no ranking de seniores.
Fiz parte da equipa de seniores da AAC-JUDO, era o elemento mais novo da equipa e fiquei em 3º no Campeonato Nacional de Equipas, participei no Campeonato Europeu de Clubes onde só eu e um outro colega meu conseguimos vitória.
Não parei e desde 2009 que trabalho arduamente para que em 2010 tenha uma época com bons resultados e que consiga entrar na selecção de juniores e fazer o circuito europeu.(Continua...)
Tiago Alves 07 Março 2010
( Publicado por Horacio Alves )
Confesso que não conhecia a admiração pelo Lance. O Tiago tinha esta força toda porque ele ia buscar inspiração e vontade onde os outros não conseguiam chegar!!
ResponderEliminarola tiago
ResponderEliminarontem tivemos mais uma gala, estive com o teu pai, com a tua mae e com a andreia, foi umje q tive uma gala normal jantamos recebemos premios o normal e claro nos demos um premio d atleta internacional á tua mae,pois esse premio era teu por direito.
mas foi hoje q tive uma grande surpresa quando acabei d dar treino aos meus pequenitos e olhei para os bancos vi os teus pais e a andreia fiquei muito
feliz pois eles nunca mais la tinham voltado ao tapete dps do q acontceu quanto á andreia ela á muito parecida cntigo tbm é timida mas o nisso grande oliveira
com aquela maneira d ser la a conseguiu por a jogar á boa comigo e com mais dois miuditos foi giro e n te sei explicar mas senti alguma coisa q ja n sentia á muito tempo seti-te presente tbm ali estavas.
adorei vela ali é como se uma parte d ti tbm ali estivesse n sei explicar bem, ela foi treinar e eu tive d e vir embora pois antes da operaçao nposso voltar treinar mas la q foi muito bom para mim te-la visto ali la isso foi.
vem vou indo, antes de ser operado volta a vir aqui falar contigo.
fazes-me tanta falta meu irmao
q saudades
grande horacio obrigado este texto
é alguma coisa d maravilhoso obrigado por estes momentos
ass:joao neves
Tal como o Mário, eu também não tinha consciência, do significado que o Lance Amstrong tinha para ti Alves.
ResponderEliminarAo longo destes posts tenho percebido o que está por trás da tua enorme personalidade!
Orgulho-me de poder ter feito parte de tua vida.
Obrigado Sr Horacio
Ao ler uma carta como estas facilmente entendemos o carácter, a personalidade e o querer de uma pessoa como o Tiago. Não conheço nem irei conhecer ninguém assim.
ResponderEliminarSinto me honrado de ter tido a oportunidade de trabalhar contigo e de ter ajudado a alcançar alguns dos teus objectivos. Sei que foi pouco para uma pessoa com tanto talento e ambição.
Ontem na Gala, penso que tiveste uma bonita e justa homenagem junto de toda a família da AAC.
Vais continuar para sempre connosco.
João Neto
Um abraço
Um beijinho grande Tiagão :)
ResponderEliminarMesmo grande
ISTO É PARA VOCES SUAS MENINASSSSSSSSSSSS
ResponderEliminarA História do Livro do Armstrong
ResponderEliminarUm dia li o livro do Lance Armstrong...e adorei a sua força interior...!
No 18º aniversário do Tiago fomos todos jantar à Praxis.
Como prenda comprei um livro com testemunhos de atletas campeões portugueses. Tinha tudo a ver com a vontade do Tiago vencer...
O Filipe falou comigo e perguntou-me sugestões de prenda para o Tiago. Falei-lhe no livro que tinha comprado...
e lembrei-me do livro do Lance e recomendei-o.
O Filipe foi à procura do livro e tb o achou muito interessante. Foi a prenda do Filipe para o Tiago.
E foi assim que o livro chegou ao Tiago...
É bom saber que o Tiago gostou tanto do livro...
É bom continuarmos a ter o privilégio de ir conhecendo os textos do Tiago...
Obrigado, Margarida e Horácio.
O espírito e a personalidade forte de um campeão em cada frase.
ResponderEliminarTal como o Fábio, orgulho-me de ter feito parte da tua vida, de ter estado ao teu lado até ao fim.
Muito obrigada Sr. Horácio por continuamente nos relembrar da gigantesca força do Tiago.
Margarida e Horácio,
ResponderEliminarEmbora só tenha conhecido o Tiago através do publico.online, há meses, senti-me tocada, de tal modo que guardei este blog na minha lista de links favoritos. E de vez em quando, venho cá. Hoje foi um desses dias, após ter lido esta notícia, lembrei-me do Tiago:
http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1480041
Vocês são uma família maravilhosa, onde o Tiago sempre se sentirá um ganhador. Parabéns pelo vosso trabalho, como educadores. E obrigada por nos colocarem ao corrente dos sonhos do Tiago, pois ajudam outros jovens a também sonharem.
Teresa Costa
Gosto de revisitar o blog do Tiago de vez em quando... há pouco ouvi a música favorita dele e lá fui aos favoritos buscar a página...
ResponderEliminarNão conheci o Tiago pessoalmente mas tenho familiares que eram seus amigos (as)... Quero também agraceder aos corajosos pais do Tiago por nos continuarem a brindar com o legado dele.. com a sua força de viver e o seu exemplo de coragem... Bem Hajam
Nunca me esqueço de ti meu irmão.
ResponderEliminarTenho tantas saudades tuas, mas sei que onde estiveres estás sempre connosco <3