É difícil dizer que o Tiago foi um bom filho.
É difícil dizer que o Tiago foi um bom amigo.
É difícil dizer que o Tiago foi um bom atleta.
Se algo aprendi, durante estes meus 50 anos de vida, é que damos tudo para criar um filho, faze-lo crescer o melhor possível, mas que a cada dia, a cada hora e a cada minuto, também nós, crescemos com ele.
Se algo aprendi com o Tiago é o significado da palavra amor, amizade, cordialidade, respeito, companheirismo e sinceridade.
Não me é fácil dizer se o Tiago foi o melhor filho do mundo. Todos são diferentes e todos têm os seus encantos.
Não sei se o Tiago foi o melhor judoca do mundo. O que eu conheço de Judo é do lado de fora do tapete.
Ouvi de inúmeros colegas, treinadores e professores que com ele lidaram, os mais rasgados elogios. E isso via-se, invariavelmente, nos resultados obtidos.
Não sei se o Tiago foi sempre o melhor amigo . Sei que ele tinha muitas pessoas que o rodeavam e que ele considerava amigos.
Sempre tratou todos, indistintamente, com correcção e respeito, desde adversários, colegas, treinadores.
Não me é fácil falar do Tiago no passado porque ele continua comigo, connosco, a cada recordar do seu sorriso, de uma história, de um abraço.
O Tiago é o meu melhor amigo. Passámos anos juntos em viagens para os locais onde ele se sentia á vontade. Passámos anos juntos em percursos entre o treino de judo e a casa, entre as competições e a casa, entre uma conquista e uma derrota.
Nunca, o Tiago, quis que nós, pais, não fossemos a algum lugar com ele. Sempre nos pedia para o acompanhar, para estarmos presentes em todos os momentos que julgámos que para ele eram marcantes.
Tivemos esta honra, em contrapartida, estamos tristes pois nosso desejo era tê-lo, o que infelizmente, não nos será possível. As nossas vidas são como os icebergs, estão submersos, não se vêm, e as partes visíveis são muito pequenas.
O Tiago foi o bater do nosso coração, o respirar do nosso corpo e sempre tentámos que ele fosse alguém bom, honesto e respeitador.
Até certo momento educámos o Tiago o melhor que podemos, mas como em qualquer relação entre pais e filhos, também ele nos educou.
Hoje sinto-me mais culto, mais homem, mais pessoa depois de ter com ele vivido 18 anos.
Ensinei-lhe tudo o que podia, mas o Tiago a mim ensinou-me coisas que ninguém me poderia ensinar.
Tive o privilégio de o ter como meu filho, como meu amigo como meu cúmplice durante estes curtos e tão rápidos 18 anos, mas como me foi dito pelo Dr. Nuno Abecassis “OS FILHOS NÃO SÃO NOSSOS:”
O Tiago ensinou-me a valorizar a vida, a não me queixar de coisas tão pequenas que nos acontecem e que por vezes nos queixamos. Ao lado de grandes problemas, as pequenas coisas da vida não são assim tão importantes.
O Tiago ensinou-me a ser forte, a encarar os dias um a um, ensinou-me a ter objectivos realistas. Ensinou-me o verdadeiro significado da palavra lutar. Não uma guerra armada, mas lutar por algo grande como para ele era o sonho OLÍMPICO. Ensinou-me a lutar por algo verdadeiramente valioso, a vida.
Ensinou-me muito. Posso dizer que talvez me tenha ensinado mais a mim do que eu a ele.
Ensinei-o a caminhar, a andar de bicicleta e muitas outras coisas. Mas O Tiago ensinou-me que a esperança nunca morre, nunca a podemos perder e que de uma maneira ou de outra tudo o que acontece, acontece por uma razão.
É duro perdermos um filho. Não o vou negar ou dizer que não sinto a falta do meu grande amigo, do meu filho, do meu Tiago. Perdemos uma parte de nós, da nossa alma, da nossa vontade de viver e da razão da nossa vida.
É duro ver partir alguém tão novo, sem oportunidade de viver a vida que tinha pela frente, sem oportunidade de deixar um pouco da sua sabedoria com os outros.
É difícil dizer que o Tiago foi um bom amigo.
É difícil dizer que o Tiago foi um bom atleta.
Se algo aprendi, durante estes meus 50 anos de vida, é que damos tudo para criar um filho, faze-lo crescer o melhor possível, mas que a cada dia, a cada hora e a cada minuto, também nós, crescemos com ele.
Se algo aprendi com o Tiago é o significado da palavra amor, amizade, cordialidade, respeito, companheirismo e sinceridade.
Não me é fácil dizer se o Tiago foi o melhor filho do mundo. Todos são diferentes e todos têm os seus encantos.
Não sei se o Tiago foi o melhor judoca do mundo. O que eu conheço de Judo é do lado de fora do tapete.
Ouvi de inúmeros colegas, treinadores e professores que com ele lidaram, os mais rasgados elogios. E isso via-se, invariavelmente, nos resultados obtidos.
Não sei se o Tiago foi sempre o melhor amigo . Sei que ele tinha muitas pessoas que o rodeavam e que ele considerava amigos.
Sempre tratou todos, indistintamente, com correcção e respeito, desde adversários, colegas, treinadores.
Não me é fácil falar do Tiago no passado porque ele continua comigo, connosco, a cada recordar do seu sorriso, de uma história, de um abraço.
O Tiago é o meu melhor amigo. Passámos anos juntos em viagens para os locais onde ele se sentia á vontade. Passámos anos juntos em percursos entre o treino de judo e a casa, entre as competições e a casa, entre uma conquista e uma derrota.
Nunca, o Tiago, quis que nós, pais, não fossemos a algum lugar com ele. Sempre nos pedia para o acompanhar, para estarmos presentes em todos os momentos que julgámos que para ele eram marcantes.
Tivemos esta honra, em contrapartida, estamos tristes pois nosso desejo era tê-lo, o que infelizmente, não nos será possível. As nossas vidas são como os icebergs, estão submersos, não se vêm, e as partes visíveis são muito pequenas.
O Tiago foi o bater do nosso coração, o respirar do nosso corpo e sempre tentámos que ele fosse alguém bom, honesto e respeitador.
Até certo momento educámos o Tiago o melhor que podemos, mas como em qualquer relação entre pais e filhos, também ele nos educou.
Hoje sinto-me mais culto, mais homem, mais pessoa depois de ter com ele vivido 18 anos.
Ensinei-lhe tudo o que podia, mas o Tiago a mim ensinou-me coisas que ninguém me poderia ensinar.
Tive o privilégio de o ter como meu filho, como meu amigo como meu cúmplice durante estes curtos e tão rápidos 18 anos, mas como me foi dito pelo Dr. Nuno Abecassis “OS FILHOS NÃO SÃO NOSSOS:”
O Tiago ensinou-me a valorizar a vida, a não me queixar de coisas tão pequenas que nos acontecem e que por vezes nos queixamos. Ao lado de grandes problemas, as pequenas coisas da vida não são assim tão importantes.
O Tiago ensinou-me a ser forte, a encarar os dias um a um, ensinou-me a ter objectivos realistas. Ensinou-me o verdadeiro significado da palavra lutar. Não uma guerra armada, mas lutar por algo grande como para ele era o sonho OLÍMPICO. Ensinou-me a lutar por algo verdadeiramente valioso, a vida.
Ensinou-me muito. Posso dizer que talvez me tenha ensinado mais a mim do que eu a ele.
Ensinei-o a caminhar, a andar de bicicleta e muitas outras coisas. Mas O Tiago ensinou-me que a esperança nunca morre, nunca a podemos perder e que de uma maneira ou de outra tudo o que acontece, acontece por uma razão.
É duro perdermos um filho. Não o vou negar ou dizer que não sinto a falta do meu grande amigo, do meu filho, do meu Tiago. Perdemos uma parte de nós, da nossa alma, da nossa vontade de viver e da razão da nossa vida.
É duro ver partir alguém tão novo, sem oportunidade de viver a vida que tinha pela frente, sem oportunidade de deixar um pouco da sua sabedoria com os outros.
É duro acordar todos os dias, olhar a foto dele, olhar o seu quarto, as suas coisas e aguardar que ele chame o nosso nome para o levarmos à escola ou a um treino.
É duro olhar em volta, ver o mundo que ele deixou ficar e não encontrar o seu sorriso, a sua boa disposição, o seu gosto de viver.
Hoje vou tentando habituar-me a uma nova rotina, a uma nova vida, mas não é fácil.
O Tiago era alguém bom, alguém que me fazia bem e a quem nunca vi ter uma má atitude para com ninguém. Sabia pedir desculpa quando necessário, sabia confortar quando era preciso e sabia o que queria da vida.
O Tiago não cumpriu o sonho de ir aos Jogos Olímpicos, bem como outros que tinha. Mas eu sei que ele fez tudo para lá chegar.
Faleceu a fazer aquilo que mais amava – JUDO.
Ele amou acima de tudo a família, mas amou também o Judo desde o primeiro momento em que subiu ao tatami.
O Tiago foi, até ao último momento, um lutador. O bicho que o atacou levou muita pancada, acreditem. Acreditou sempre nas pessoas que o rodeavam, acreditou sempre que ia vencer, e só acreditando é que temos capacidade para nos superarmos e sermos vencedores.
Hoje ainda recebe mensagens no seu blog de pessoas que admiram a sua coragem, a sua determinação, o seu empenho em vencer. Ainda recebe mensagens de pessoas que ali procuram energia para ultrapassar os seus momentos menos bons.
O Tiago é essa força, é e sempre será o meu motivo de orgulho, porque mesmo agora ainda consegue ajudar os demais.
Tiago, meu filho, o amor que temos por ti é imensurável, mas a tua pegada na terra também.
Tenho orgulho no Tiago, no meu filho, não só pelo que ele fez mas pelo que ele continua a fazer.
Obrigado por teres sido tão bom filho. Obrigado por me teres feito crescer. Obrigado por tudo o que continuas a fazer por todos nós.
Tenho vontade de te ir buscar á escola, mas a tua ausência não deixou.
Tenho vontade de te ir buscar a um treino, mas a tua ausência não deixou.
Tenho vontade de te ver sorrir, mas a tua ausência não deixou.
Fecho os olhos e tento dormir, mas aquela dor não deixou.
Oh meu anjo da guarda, faz-me voltar a sonhar.
Guarda o meu menino até um dia o reencontrar.
Obrigado meu querido filho " TIAGO ALVES".
29 Novembro de 2010
( HORÁCIO ALVES/ANTÓNIO COSTA )
Um grande abraço solidário para si e esposa.
ResponderEliminarBártolo
É mesmo muito difícil perceber porque isto aconteceu... Grande abraço para vocês!
ResponderEliminarObrigado por continuares a ser eterno campeão *
ResponderEliminarO Tiago era de facto uma pessoa com a qual podíamos contar, um verdadeiro amigo, um campeão. Beijos à Margarida e Horácio.
ResponderEliminarCC
O Tiago era mesmo uma pessoa especial, excepcional!
ResponderEliminarTodos os que o conheceram, todos os seus amigos, guardam o Tiago no seu coração!
Ficámos todos pessoas melhores com os ensinamentos do Tiago!
Um grande beijo para a Margarida e Horácio
Rui
muito obrigado por abrires assim o teu coração
ResponderEliminarum grande beijo e um grande abraço
nuno
É muita a sua grandeza de espírito para escrever as coisas como as sente.
ResponderEliminarNunca mais abandonei o blogue desde a altura em que ele partiu. Fiz-me seguidor e tenho-o guardado e exposto, na lista dos que sigo, para estar sempre em dia e em comunhão com o meu colega judoca, Tiago.
Homens como ele e com a sua coragem, fazem de pessoas como eu, na casa dos 60, indivíduos com fé, e muita perseverança no JUDO.
Abraço-vos a todos
César Ramos