sábado, 1 de dezembro de 2012
Tem que se poder fazer alguma coisa...
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
O pior dia da minha vida
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Não chores Pai...
sábado, 1 de setembro de 2012
A viola eléctrica
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
OS MEUS ÓCULOS DE SOL...
domingo, 1 de julho de 2012
NAAAÃO!
sexta-feira, 1 de junho de 2012
17 JUNHO 2010
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Assim é que eu vou bem
terça-feira, 10 de abril de 2012
TIAGO ALVES- MEU QUERIDO FILHO
TIAGO ALVES- MEU QUERIDO FILHO
É difícil passar uma hora que não pense em ti………
É difícil não recordar a pessoa que és, sim que és pois em mim contínuas vivo e no teu melhor.
É difícil aceitar tudo o que estamos a passar com esta tua ausência meu Filho.
Foi tudo tão rápido, foi tudo tão complicado. Cada noticia pior que a anterior, cada exame, cada análise, um aperto contínuo no peito.
Meu grande Amor, meu FILHO.
Como foi possível estar tudo a acontecer á frente dos nossos olhos e não nos termos apercebido da gravidade, como?
Janeiro 2010, depois do Natal e uma passagem de Ano cheia de chuva e frio, passagem de Ano essa que a Andreia veio ter com o Tiago a Coimbra, e ele pediu á mãe para a maquilhar pois queria que ela ficasse uma princesa, de linda que é. Assim foi, a noite foi passada em casa de uns amigos e, o 2009 para 2010 na Figueira-da-Foz, debaixo de uma chuvada fria e muito desagradável.
-Vamos embora, está uma noite sem graça e esta gente só quer beber e ficar com os copos, não me agrada. - Dizia o Tiago. Voltámos para casa.
Janeiro dia 14, o 18º aniversário que só foi comemorado em casa por nós pois era quarta-feira, e sábado, dia 16 era o torneio “Memorial António Matias”. O almoço de aniversário ficou marcado para Domingo dia 17, onde foi comemorado em simultâneo com o colega Antoine, que também ele fazia 18 anos. Assim, o Tiago com o seu coração e não querendo magoar ninguém, organizou e partilhou a festa, bem como o próprio bolo de aniversário com o colega.
Dia 16 de Janeiro, “Memorial António Matias”. António Matias foi o primeiro mestre e treinador do Tiago que havia falecido dois anos antes. António Matias, treinador da selecção nacional, quando informámos que estávamos para nos mudar para Coimbra, pediu um dia á mãe, Margarida, para não tirarmos o Tiago do judo porque para além de um jeito nato que ele encontrava no Tiago, havia uma particularidade, ele apesar de ser destro, fazia judo á esquerda que era uma mais-valia pois havia poucos atletas a conjugar esquerda e direita. Assim o Tiago continuou no judo e apesar dos seus dez anos na altura, já amava de paixão.
Resultado do torneio, primeiro lugar no pódio, medalha de ouro que dedicou ao seu saudoso mestre. Regressámos a Coimbra em festa.
Domingo dia 17, almoço de festa de aniversário.
- Deixe o Tiago beber uma cerveja. - Pedia uma colega á mãe.
-Ele não está proibido, se quiser e lhe apetecer pode beber. - Respondeu a mãe Guida. Assim fez, pediu uma cerveja que acabou por não beber toda. Álcool e tabaco não são compatíveis com o desporto, defendia. Além de não lhe saber bem, também detestava as figuras que algumas pessoas fazem com umas bebidas a mais, enfim, á que respeitar, cada um é livre de fazer o que quiser, ele não o fazia por vontade própria.
Após este resultado, dedicou-se de corpo e alma aos treinos (bidiários), pois o próximo torneio seria o campeonato nacional de juniores.
Na escola estávamos a assistir de perto a um surpreendente trabalho. 12º Ano e as melhores notas que alguma vez tinha conseguido ao longo do seu percurso de estudante. Não o via estudar muitas ou poucas horas, não o via preocupado com os testes.
-Tiago, os testes? Tiago a matéria tem de ser vista um pouco todos os dias. -Não te preocupes mãe que eu tenho tudo controlado e, o 12º ano vai ser feito á primeira, não te preocupes. E assim foi. Eu como que de uma brincadeira se tratasse dizia-lhe várias vezes, tens de ser muito inteligente, não estudas, não te vejo preocupado e tiras as notas que tiras, tens que ser muito inteligente. Sorria……
Fomos á escola, para ter uma reunião de rotina com a directora de turma. Como estava o Tiago na escola? Nada a apontar, dizia, pontual, não faltava, não dá más respostas, muito educado e com um grande coração. Que se pode dizer, se estudasse um pouco mais seria um aluno excelente. Há opções, e com a carga horária, seja, escola e treinos até às 22,horas, é impossível pedir mais.
Recebeu de prenda de aniversário entre outras, o livro de Lance Armstrong que leu em três dias e voltou a lê-lo. Grande atracção pelo conteúdo. Passou a comprar livros de vários temas e a devorá-los como nunca havia feito. Leu mais livros em três ou quatro meses do que na sua vida toda …
quinta-feira, 1 de março de 2012
Mano "Telmo"...

“O Tiago falava muito comigo. Confidenciava-me algumas coisas. Ele chamava-me o mano Telmo, porque ambos éramos Alves de apelido.
O Tiago no treino era dedicado, disciplinado. O objectivo dele era os jogos. Ele uma vez falou comigo, ainda era juvenil, no parque verde, e disse que tinha o sonho de ir aos Jogos. Até lhe disse que era muito complicado, que tinha que trabalhar muito. Ele dizia que queria mesmo ir, que não se importava de não ganhar nenhum combate, mas queria lá chegar.
Quando estive com ele no hospital, encontrei-o muito fragilizado, mas com aquela vontade de viver. Ele até me disse que não sabia a categoria em que ia competir quando ficasse recuperado. Disse que tinha muitas saudades do pessoal.
O Tiago era o mais jovem na ida a Valência, à taça dos campeões europeus. Ele tinha medo de errar, de não ganhar os combates, de o pessoal ficar chateado. Tanto que quando perdia ele vinha pedir desculpa ao pessoal. Ele foi o primeiro a ganhar combates da equipa.
O Tiago quando decidiu parar para fazer os exames, eu fui a primeira pessoa com quem ele falou, mesmo antes dos treinadores, e que me disse que ia parar uma ou duas semanas. Eu até fiquei admirado e até perguntei “tu vais parar duas semanas, então tu querias ir a Ucrânia” e estava naquela de treinar, treinar para preparar o campeonato da Europa. Eu na altura estranhei, parar duas semanas quando estava a treinar tão forte. Foi quando ele me contou que não se sentia bem e que estava com aqueles problemas. Eu perguntei o que o médico achava e ele disse que o médico disse que podia ser muita coisa, mas que não queria estar a dizer o que é que era, que queria esperar primeiro pelos resultados. Só depois de ter falado comigo é que foi avisar o Jocá e o João Neto que ia parar duas semanas.”
Pedro Serralheiro – Médico, amigo e ex-treinador do Tiago
“Eu conhecia o Tiago há bastante tempo. O Tiago já era judoca em Lisboa e quando veio para Coimbra, o António Matias (treinador dele na altura) referenciou-o para a AAC. Na altura eu era treinador e atleta de Judo na AAC. Ele ingressou no clube e começou a praticar Judo com o Nuno e, por vezes, comigo.
Eu tive conhecimento da doença do Tiago pelo Nuno. Telefonei ao Tiago e ele estava nesse preciso momento no IPO de Lisboa em consulta, onde eu também estava a realizar um estágio profissional. Posteriormente o Tiago foi internado e como eu estava no Instituto a trabalhar, tive a oportunidade de o acompanhar diariamente, não como médico mas sim como amigo. Sempre que tinha oportunidade passava por lá, falava um bocado com ele, com os pais e com o irmão.
Eu conhecia o Tiago como um atleta, com uma estrutura física completamente diferente daquela que ele tinha quando foi internado no IPO. Foi muito penoso ver a evolução dele e a sua crescente debilidade ao longo dos dias.
Acho que não é nada comum o Tiago, já doente, ter conseguido alcançar uma medalha numa competição internacional. Esta é uma prova de que ele era uma pessoa extremamente lutadora e que sofria imenso para alcançar os objectivos a que se propunha.
"Um verdadeiro Campeão”.
( Um muito obrigado a todos os amigos que tiveram a coragem de deixar os seus testemunhos e, muito obrigado aqueles que gostariam mas, não tiveram oportunidade de o fazer. Horácio Alves)
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
BONS AMIGOS

Tenho muitas histórias com ele, a nível de camaradagem. Lembro-me que pelo menos uma vez por ano íamos para fora, e havia sempre aquela coisa de dormirmos fora. Estávamos em Salamanca em 2004, ele ficou em segundo lugar e nós dormimos num tapete de judo em sacos cama. Depois no ano a seguir em 2005 fomos a Madrid. Era sempre uma maluqueira com os colegas. Sempre um bom espírito de equipa. Fez muitas flexões de braços quando se portava mal. Ás vezes, quando eles se portavam mal, enchiam todos ao mesmo tempo, e muitas vezes falávamos, passado muitos anos, não era das classificações que tínhamos, era daquela vez que enchemos todos e que os gelados até derreteram na mão do Cavaco.
Entretanto fez-se um homem. Quem fez a preparação dele para cinto negro fui eu, e fui eu que fiz o exame com ele para cinto negro . Estávamos neste momento, embora já não fosse meu atleta, a preparar o exame para 2ºDan, eu ia ser novamente o Uke dele, mas infelizmente não deu tempo.”
Luís Mendes – Amigo e colega de treino do Tiago
“Conheci o Tiago desde que ele veio de Lisboa. Sempre foi muito competitivo, com muita garra e com vontade. Foi ele que me ajudou a integrar-me na selecção e a estar mais a vontade com as pessoas da selecção e com alguns treinadores. Foi um grande companheiro de quarto e grande amigo nos estágios e provas. Nas provas concentrava-se muito e era muito competitivo. Quase só via a competição, não via mais nada à volta. Puxava muito por nós quando nós estávamos a competir e a treinar. Estava sempre a querer mais. Treinar mais, entrar em luta connosco para puxar mais por nós, e era muito bom. Foi sempre uma pessoa com quem consegui conversar bem e éramos muito amigos. Era um dos meus melhores amigos. Na escola não conseguia ter muitos amigos, era só no judo, e ele foi sempre aquela pessoa em quem eu me consegui apoiar. Acho que faz falta lá na AAC, e a mim, e a todos nós. Dizia sempre para fazer mais ganchetas porque gostava muito de fazer ganchetas. Tinha sonhos de ser olímpico e queria que eu também fosse mas noutra categoria. Nunca competi com ele, mas fizemos nacionais de equipas, foi muito bom. Combatemos quase um ao lado um do outro. Ele puxava muito mais, estava sempre ao nosso lado quase como se fosse treinador e conhecíamo-nos bem e era muito bom para os dois, estarmos quase um ao lado do outro a combater.”
sábado, 14 de janeiro de 2012
PARABÉNS TIAGO
domingo, 1 de janeiro de 2012
ALGUÉM QUE ME CONHECEU...

“O que aconteceu ao Tiago deixa-nos uma profunda tristeza, por termos lidado tão de perto com ele enquanto atleta, mas principalmente enquanto pessoa. Das vezes que tive o privilégio de estar com ele, foi sempre um atleta que mostrou empenho, sempre sério no seu trabalho e sempre com uma motivação muito grande, em querer fazer melhor. Ele era um motor de motivação em relação aos seus colegas. A ideia que eu retenho do Tiago é de uma pessoa muito esforçada, um atleta que ambicionava mais, mas principalmente uma grande motivação e que gostava daquilo que fazia. A imagem que nós podemos reter dele, pelo menos a minha imagem, é de uma atleta bastante motivado, esforçado, empenhado, e amigo do seu amigo. É com muita infelicidade e com muita tristeza que nós vemos partir alguém assim, porque é das pessoas que fazem a diferença. Mas deixa saudades porque era um atleta que realmente marcava a diferença.
Rui Fonseca
“O Tiago estava na AAC desde os onze anos. Sempre foi um miúdo com uma grande vontade de vencer. A sua entrega aos treinos, à competição, ao Judo e a Académica foram sempre um exemplo para todos, revelando sempre um grande respeito pelos colegas e pelos mais velhos. Para além das qualidades de competidor era um excelente amigo e um excelente colega.
O seu desaparecimento foi um choque e uma enorme tristeza para todos nós.
O Tiago vai ficar para sempre nos nossos corações e a Académica v
ai homenagear o Tiago e a sua memória para as gerações futuras.”
João Abreu (Jocá) – Treinador da equipa sénior da AAC
"Era um miúdo super humilde, muito educado, respeitava toda a gente, tentava sempre conciliar todos por um bem geral, pelo bem-estar do clube, pelo bem-estar dele próprio. Tinha uma grande ambição que era ser um grande atleta no Judo, e já o era de facto. Tinha desde muito novo a ambição de ir aos jogos. Era um atleta que treinava sempre e, muito. Todos os dias estava no treino. Era o primeiro a chegar e dos últimos a sair. Era um atleta que se empenhava a 200% no treino porque tinha os objectivos dele muito bem definidos."
João Neto
Treinador da equipa sénior da AAC e do centro de alto rendimento de Coimbra
“Uma das maiores penas que eu tenho é de ter trabalhado com o Tiago só 7, 8 meses, quando eu comecei com o treino no centro de alto rendimento e depois com a Académica. Foi o atleta que até hoje foi mais dedicado, mais empenhado e com objectivos desportivos mais fortes. Ele era determinado em tudo o que fazia. Era um rapaz com muito talento, com uma óptima condição física. Via-se que tinha um futuro promissor na modalidade, para além disso tinha uma alegria sempre a treinar e vontade de trabalhar, vontade de dar mais e mais. Era mesmo impressionante. Nunca conheci ninguém assim. Isso viu-se na fase final da sua vida e da maneira como ele lutou com a doença mesmo até ao fim de uma forma que a mim, surpreendeu completamente. Nunca conheci ninguém como ele. “